Desinteligência Financeira?

A desinteligência é um termo muito utilizado pelas policias em todo o mundo para relatar casos de briga entre casais ou vizinhos em uma ocorrência. Em nosso novo artigo gostaríamos de colocar uma colher e inserir mais pimenta nesse assunto tratando da desinteligência financeira em nosso Planejamento Financeiro Pessoal e Familiar.

Resolvi escolher esse título, pois, não é difícil encontrar pessoas que mesmo sabendo o que tem que ser feito acabam não fazendo o que tem que ser feito. Exemplos disso são consumidores que se quer fazem a soma das parcelas para checarem se estão pagando, ou não, o dobro ou até três vezes mais do que se comprassem a vista aquele produto tão desejado, não pedir desconto é outro exemplo de desinteligência financeira, pois muitos ainda têm vergonha de fazê-lo por achar “deselegante” ou imaginar que o vendedor pense que elas não têm dinheiro suficiente para adquiri-lo. A questão é que as lojas possuem sua margem de negociação e podem sim lhe oferecer o desconto solicitado que nada mais justo de ser dado já que está disponibilizando os seus suados recursos financeiros no ato da compra antecipando em 30, 60, 90 ou 10.800 dias (30 anos) a entrada de dinheiro no caixa desse proprietário ou fornecedor de bens e serviços. Outros exemplos que poderíamos citar é que mesmo as pessoas que conseguem chegar ao final do mês com uma sobra no orçamento gastam seus recursos com novos mimos, viagens não programadas ou iniciam novas parcelas a perder de vista. Famílias que mesmo com dívidas surpreendentes no cartão de crédito resolvem de uma hora para outra fazer uma viagenzinha de fim de semana para o Nordeste para se desestressar ou que acham que por qualquer coisa ou qualquer causa mereçam um presentinho para elas mesmas. Não é a toa que na China as pessoas conseguem poupar até 40% de sua receita tornando-se segunda economia do planeta enquanto que no Brasil esse número não ultrapassa dos 18%. A pergunta que podemos fazer a esse estilo de vida que não cabe no bolso de muita gente é onde isso vai parar? E pior que isso se algo acontecesse com essas pessoas em virtude de uma crise financeira que por coincidência bate a porta, pois o Brasil não é uma ilha, e de repente perdessem seus empregos, como ficariam sem possuírem uma reserva financeira? Por quanto tempo conseguiriam sobreviver até se recolocarem novamente no mercado de trabalho sem contar que o que mais falta em crises são os próprios empregos? Gosto muito de comparar o descontrole financeiro de muitas famílias com um carro em alta velocidade dirigido a 160 km/h onde no início esses motoristas se sentem como se estivessem pilotando em uma Autobahn (pista de alta velocidade existente nas estradas na Alemanha) e que conforme vão acrescentando mais prestações e compromissos financeiros essa pista vai ficando mais estreita e mais perigosa para guiar tornando-se uma via simples até chegar numa rua sem saída provocando com isso um estrago gigantesco na Vida Financeira e no Planejamento Financeiro dessas famílias. Isso pode ser tão previsível quantos milhares de pessoas pularem em uma arquibancada de madeira em um show e acharem que a estrutura aguentará tamanha pressão e euforia por tanto tempo.

Apesar do crédito farto e fácil ser a mola propulsora da economia ele pode também ser a catapulta da ruína financeira de muitas famílias que não possuem Educação Financeira e Planejamento Financeiro suficientes para administrarem a relação Receita x Crédito.

Em virtude da falta de conhecimento e despreparo ao lidar com o dinheiro mostra que a desinteligência financeira está mais presente na vida de milhares de brasileiros do que podemos imaginar, pois, os assuntos mais interessantes ainda são para muitos a novela, o futebol ou os educativos e informativos realities shows, superando a leitura de um bom livro, consultorias ou programas que falem sobre Educação Financeira e Planejamento Financeiro Pessoal, pois como se diz um velho ditado popular: “Quem deve não TEM”.