Com a proximidade do fim do ano e com mais dinheiro no bolso fruto de recebimentos extras como 13o. salário, férias e outras gratificações, os investidores acabam sendo estimulados a separar uma parte destes recursos para investir, buscando alternativas que possam otimizar sua gestão financeira, fazendo uso do benefício fiscal de até 12% de sua renda bruta anual tributável por meio de um plano de previdência privada na modalidade PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre). Plano este que pode oferecer, além de eficiência tributária, pode contribuir também para uma aposentadoria mais tranquila do investidor.
Por que usufruir dos benefícios fiscais do PGBL?
O PGBL é uma modalidade de previdência que permite ao investidor deduzir até 12% da renda bruta anual tributável na declaração de imposto de renda no modelo completo. Esse benefício pode representar uma economia expressiva para quem tem renda tributável elevada e opta por investir no plano. Uma coisa importante de salientar é que, para efeito de quanto se pode investir até este limite acima é preciso saber que PLR (Participação Lucros Resultados) e 13o. salário NÃO entram nesta conta, já que eles são rendimentos com tributação exclusiva ou definitiva, significando que não poderão ser restituídos no próximo ano em sua Declaração de Ajuste Anual. Somado a isso, só deve investir neste produto quem contribui com a previdência social.
Neste caso, ao invés de gastar com presentes para outras pessoas e parentes que, às vezes, nem lembram de você ao longo do ano, por que não investir na pessoa mais importante que existe, que é você mesmo(a)? Já que terá que passar mais tempo consigo mesmo em razão da expectativa de vida do brasileiro, que hoje é de aproximadamente 77 anos, mas que será em 2050 de 81 anos, segundo dados do IBGE. Outra boa razão para fazer isso é que, com o último anúncio do Comitê de Política Monetária da taxa básica de juros em 12,25% ao ano, voltamos praticamente ao patamar de juros remuneratórios de 1% ao mês, dando-nos a oportunidade de fazer com que o dinheiro dobre a cada 6 anos com esta última alta de 1 ponto percentual da Selic. Para isso, elenco algumas diferenças e vantagens de planejar o futuro e fazer bom uso do benefício fiscal no presente permitido em lei pela Receita.
Investir em previdência é igual a contribuir com o INSS?
Não, primeiro que pagar o INSS é obrigatório e garante benefícios como aposentadoria por idade, tempo de contribuição e auxílio-doença, e sua função é mais voltada à segurança social. Por outro lado, a previdência privada é opcional e tem como objetivo complementar a renda na aposentadoria.
Outra importante diferença é que o regime do INSS é de repartição, o que significa que o atual trabalhador que paga, mensalmente, para a Seguridade Social alimenta um fundo financeiro que é utilizado para quem já está aposentado e não para ele. No caso do investimento numa previdência privada complementar, você estará aportando para si mesmo num regime de capitalização, sem ter que torcer para que haja outros trabalhadores que possam sustentá-lo.
Aqui estão mais algumas diferenças:
- Contribuição Flexível: No PGBL, você decide o valor e a periodicidade das contribuições, diferentemente do INSS, que segue uma tabela fixa baseada no salário.
- Personalização: Na previdência privada, é possível escolher o perfil de investimento (conservador, moderado, agressivo), além de alinhá-los com a sua expectativa de prazo para sua aposentadoria, maximizando também os ganhos ao longo do tempo.
- Sucessão: Em caso de falecimento, os valores acumulados na previdência privada podem ser transferidos aos beneficiários, enquanto no INSS isso se restringe à pensão por morte.
- 4. Complementaridade: Ao utilizar o PGBL para complementar o INSS, é possível construir uma aposentadoria mais robusta, garantindo a manutenção de um padrão de vida mínimo ou podendo proporcionar até uma Qualidade de Vida também mais superior no futuro.
Portanto, investir em previdência privada, especialmente no fim do ano, pode trazer vantagens fiscais significativas e contribuir para a construção de uma aposentadoria mais tranquila. Lembre-se de que para ter o benefício fiscal os recursos precisam estar APLICADOS no plano escolhido até dia 27 deste mês e se precisar de um profissional que lhe auxilie melhor a planejar o futuro sem descuidar do presente, procure um planejador financeiro com a certificação CFP®.
Boas Festas, bons investimentos e um Ano Novo de Muita Paz, Saúde e Pro$peridade!
Rogério Nakata é Planejador Financeiro CFP® da Economia Comportamental e palestrante sobre os temas Educação Financeira e Planejamento Financeiro de grandes organizações públicas e privadas.