O que podemos aprender com a catástrofe no Japão?

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Nessas duas semanas vimos o incidente ocorrido com o povo japonês e lendo um dos livros do colega e também planejador financeiro Marcos Silvestre pude comprovar em uma de suas paginas uma triste verdade: “coisas ruins também podem acontecer com boas pessoas”. Diante disso, temos a percepção de que de uma forma ou de outra estamos expostos à força e a fúria da mãe natureza, que não se defende e sim apenas se vinga e que mesmo ocorrido num país como o Japão, terceira maior potencia econômica mundial e preparada para grandes catástrofes não se pode prever a magnitude das consequências nefastas deste evento da natureza.

Talvez, após essa tragédia nos perguntemos de que adianta toda a tecnologia se não podemos evitar as consequências de um evento como um terremoto, um tsunami ou um vazamento de radiação nuclear, porém, a questão não é essa. A pergunta é: E se não houvesse nenhum tipo de preparação prévia para esses eventos, quantas mais vidas seriam perdidas e quantos mais outros prejuízos materiais e financeiros seriam contabilizados se não houvesse nenhum tipo de antecipação contra eventos inesperados.

Só para termos uma noção dessa preparação o levantamento da recém-catástrofe ocorrida no dia 11 de Março no Japão já supera os US$120 bilhões em indenizações pagos no atentado as torres gêmeas nos EUA em 11 de Setembro de 2001. No Japão a cultura de planejamento financeiro é tão enraizada que não só seus bens são segurados, mas também as vidas dos japoneses que representarão somas bastante significativas para o mercado de seguros e de resseguros em virtude dos elevados capitais segurados desses cidadãos. Outro ponto interessante é que crianças e idosos são treinados para situações de prevenção diante de abalos sísmicos, furacões e tsunamis, mas, não só isso, desde o jardim da infância os meninos e meninas tratam do tema economia doméstica e também aprendem lições que vão desde a importância de economizar recursos para uma futura poupança a como cuidar e preservar os recursos naturais tão escassos num país que tem a dimensão menor que o Estado de Minas Gerais, ou seja, novamente o planejamento financeiro se faz presente desde cedo na cultura nipônica.

Não ficando muito longe, lembro-me de um querido professor de inglês que uma vez me apresentou um manual colorido de altíssima qualidade utilizado nos EUA para enfrentar eventos climáticos como furacões que mais parecia um belo catálogo comercial de venda de imóveis do que um orientador para possíveis catástrofes naturais. O que me impressionou não foi a textura do papel ou a qualidade das gravuras, mas a riqueza de detalhes e de planejamento que vão desde o nome dos furacões que ocorreriam ao longo do ano, por onde os mesmos passariam até quais os suprimentos necessários para enfrentá-los.

Trazendo para nossa vida financeira, mesmo não morando num país com terremotos, tsunamis ou furacões, ainda, pensando em planejamento financeiro, podemos dizer com certeza que é muito melhor e mais barato prevenir do que remediar.

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