Vale a pena ter mais ter conta em diversos bancos e fintechs?
Época Negócios
20 de Julho de 2021
Antigamente, possuir contas em vários bancos era sinônimo de status, pois significava uma porta de entrada bastante larga também para o acesso a fontes de crédito adicionais. Como consequência disso, o cliente podia se alavancar financeiramente, mas assumia muitas vezes, sem qualquer tipo de planejamento financeiro, um risco desnecessário com o aumento de seu endividamento não somente em um, mas em vários bancos. Tudo isso mudou e deixou de ser possível com a automação dos bancos e sistemas cada vez mais integrados entre as instituições, portanto se fez necessário avaliar com maior critério os custos e as tarifas de manutenção antes de abrir mais uma conta bancária. Afinal, estamos vivenciando um período pandêmico de restrições não somente sanitárias, mas também financeiras.
Com a entrada das fintechs a partir de 2014, os consumidores passaram a ter uma alternativa de acesso à conta bancária de forma menos burocratizada e com custos mais competitivos. Com isso, a necessidade de ter mais de uma conta para suas movimentações financeiras pode não ser tão saudável para o bolso. O correntista deve pesquisar não somente custos e tarifas, mas também se o pacote oferecido atende suas necessidades. Por exemplo, se você não necessita fazer mais de 10 saques em caixas eletrônicos, acessar 8 extratos mensais ou fazer 3 TEDs/DOCs para outros bancos – sendo que já existe o PIX, que é gratuito para pessoa física –, não haveria a necessidade de pagar R$ 45,00 de pacote mensal. Para isso existem pacotes padronizados pelo próprio BACEN com custos mais acessíveis, que podem ser solicitados à sua instituição, ou ainda as chamadas Contas Essenciais, segundo a resolução 3.919 de 2010 do BACEN, nas quais estão inclusos, sem custo, serviços como o fornecimento de um cartão de débito para compras e saques, 4 saques por mês, 2 transferências entre contas da mesma instituição por mês, 2 extratos no mês com movimentação dos últimos 30 dias, realização de consultas pela internet ilimitadas, 1 talão de cheques com 10 folhas por mês e extrato anual de tarifas cobradas.
Tanto nos bancos de varejo como nos digitais é possível buscar aplicações com liquidez diária que remuneram a partir de 100% do CDI sem exigência de valor inicial elevado. Porém, é importante sempre que os fintechs e bancos tradicionais possuem estruturas de atendimento diferentes e não necessariamente comparáveis. Embora os custos sejam marginalmente menores nas fintechs, nos bancos geralmente é possível contar com uma assessoria especializada de um profissional devidamente certificado por entidades do mercado, como a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais), e fiscalizado por órgãos reguladores como a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), o que não é garantia através de um atendimento genérico via chat. A vantagem é que ambos possuem atendimento virtual, seja via chatbox, seja por intermédio de assistentes virtuais, o que facilita o dia a dia do usuário e dá agilidade às suas demandas. Ainda é possível contar com um atendimento personalizado, caso necessário, ao longo do horário comercial e até dele.
Por fim, antes de possuir mais de uma conta bancária, é importante realizar uma avaliação com relação ao seu perfil de utilização dos serviços financeiros, verificando se o plano que possui realmente é adequado, podendo-se inclusive solicitar sua alteração. Outras razões para essa decisão seriam diferenciais como a busca por um melhor atendimento, serviços complementares e menor burocracia, por exemplo, para a obtenção de crédito mais barato. Agora, para obter uma vida financeira mais planejada e mais organizada, é sempre melhor, em seu controle financeiro, possui menos contas bancárias ou centralizar tudo em apenas uma de sua preferência, pois isso é auxiliar a gerenciar melhor seu orçamento doméstico e, consecutivamente, a sua própria vida financeira.
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Fonte: BACEN (Banco Central do Brasil)
* Rogério Nakata é planejador pessoal financeiro e possui uma certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pela Planejar – Associação Brasileira de Planejadores Financeiros. E-mail: rogerio.nakata@economiacomportamental.com.br
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Rogério Nakata é Planejador Financeiro CFP® da Economia Comportamental e palestrante sobre os temas Educação Financeira e Planejamento Financeiro Pessoal e Familiar de grandes organizações públicas e privadas.
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